sexta-feira, 27 de julho de 2012

Putz Grila!




Imagem: fichasdesenho.com

No final de tudo aquilo
O que havia era um grilo
E não era o João Grilo!
Tampouco estribilho
Quiçá, repentino brilho
Nos olhos de um filho...
Era o da cuca
E outros grilos
Numa grilagem cerebral?
Ou invasão dos Sem Mente
Lançando somente
Sementes do mal?
Se os filhos de Eva
Sãos os filhos da treva
Ou uma gente normal?
Eis a questão!!!
O breve cricrilar do grilo
Só vem aumentar
O imbróglio, a confusão...

A mente, à baila,
No fio da navalha
Neurônios em combustão;
Não explica, o canalha,
Se a razão, quando falha,
Nos comanda, a emoção?

No buraco da bala,
Do peito em mortalha
Um casal acasala
Sem nenhuma emoção.

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Na Lateral Esquerda da Vida




Imagem: fichasdefutebol.blogspot.com

E agora João?
O Mané já passou,
já driblou o goleiro...

Levanta, João! Reage
contigo todos somos
joões! Somos barro...

E agora João?
Teus cavalos calados,
o palácio ocupado
nem a Dinda restou.

Mas João não levanta
a vida foi tanta
que já se acabou.

E agora João?
Nem Sara, nem mica
seu poema esgotou.

E agora João?
Você que é sem vida,
sem faixa ou palácio,
a bola perdida,
a partida,
 o poema, o põem, o pó...
João?!? Acabou...

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com


Fratricidas



Imagem: nyontime.blogspot.com 

Um Caim qualquer
Na multidão;
Um cão que devora
O seu irmão!

Cem Cains quaisquer
Na escuridão;
Cães que matam
Por mísero tostão!

Mil Cains quaisquer
Na contramão;
Cães que fomentam
Uma rebelião!

Um Caim qualquer
Em um milhão;
Um cão, que em seus desmandos,
Comanda uma nação!

Um Caim qualquer
Em um bilhão:
O Cão, em sua loucura
E o genocídio de milhões!

Todos, indistintamente
Temos um Caim no coração;
Na contrapartida de que somos
Também o seu irmão....

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com


terça-feira, 24 de julho de 2012

Poesia em Família II (Amizade)




(Capa do disco Abbey Road)

Imagem: moshabom.com.br



Amizade do Cão...


Nesse mundo de ambição
Onde o cão virou amigo
Haverá alguém perdido 
Que segure minhas mãos?


Me abraçar em noite fria
Me amparar na noite indigna.
haverá alguém que fale
Quando eu diga que cale?


Que me dirá dos meus defeitos
E quanto sou mesquinho
E mesmo com meus defeitos
Não me deixará sozinho?


Me amará na embriaguez 
E na triste lucidez?
E fazer dos meus tristes dias 
A mais bela insensatez?
E se assim fores amigo
Nunca mais precisará
Que seja um canino
O único a lhe consolar.


(André Oliveira) 




***


Amigos???

São os que podem dizer-nos daquilo
que não ousamos admitir
ao padre, sequer às paredes;
são seres especiais, quase inumanos
só comparados aos anjos
se houvessem ou eu cresse
em anjos...

Não nos tratam as feridas
ao contrário, repisam-nas
para que reabram e sangrem.

Causam-nos asco, ódio
vergonha...
Nos reduzem a mais miseráveis
do que pensamos que somos.
Se caímos e choramos
não nos estendem a mão
ou secam nossas lágrimas.
É para isto que existem os especialistas
da alma humana.

Os amigos, se verdadeiros,
zombam de nós e ainda dizem:
_ Levanta daí, seu merda!
Mas, no entanto, são eles
os únicos que tem o poder
de minorar as nossas dores.


(Francisco Ferreira)



***

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Clar(ic)enigma



Imagem: gelonegro.com.br

Seria ousadia em pressupor
que ela (que se propôs indecifrável)
clareasse seus enigmas e minha mente.
Nesta altura das sombras
o campeonato está perdido
e a esfinge já alçou o bote.
Ela não é mais a menina
tímida e esguia tão somente
cultivando estrelas de hora marcada
é o mistério imposto:
“Decifra-me ou te devoro!”
O sol que se lhe reflete (n)a alma
caustifica o bolor de meu raso intelecto
cega-me o olho sem clarear
o mundo e as visões inteligíveis
e impalpáveis que sua pena, de jorros breves,
precisos, pretendeu.
Não lhe alcanço, como aliás,
ela também, por inteiro,
jamais se alcançou, não se decodificando
nem mesmo para si. Se faz mistério!
No intrincado jogo de burlar a vida
e jamais crescer, mestra do disfarce,
fotografa o mundo pelas janelas
de olhos felinos... 

***

Obs.: Este poema era a segunda opção para a II Rodada da Fase Final do II Concurso de Poesias Autores S/A - em homenagem a Clarice Lispector.

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Poesia em Família I (A Insustentável Leveza do Ser)



Imagem: fotolog.com

O desafio Poesia em Família é um jogo entre o meu genro André Oliveira (auto-intitulado Arremedo de Poeta) e eu, onde a cada semana um de nós propõe um tema e escrevemos um poema cada, para exercitarmos nossa capacidade de criação poética. Espero que curtam o resultado:

***

Existir ainda que preciso

Seremos capazes de romper
Com os grilhões do existir
Deixar para traz essa vida falaz
Que nos assombra do crepúsculo matutino
Até o entardecer
Esperando que se faça novo
O que de velho, a muito está a morrer.
Teremos que concordar que a injustificada existencia
Outrora criada por Deus?
a muito não faz sentido
E teremos que deixar nossa torpe crença
E buscar motivos, significados
Algo em que nos agarraremos
Para que suportemos não sem sofrimentos
A fatídica condição de ser
E se um dia nos fugir o sentido
Terás chegado ao fim
A insustentável leveza de ser.

(André Oliveira)

*** 


A Leveza e o Peso de o Ser, ser...

Como é frágil o ser do Ser
Se jamais se amanhece o mesmo
E a vida, um vagar a esmo?

E que peso infinito é o Ser ser
Substância de fluídica levitação
Na matéria em putrefação?

Como é absurdo ser para o Ser
Na condição de perene e imortal
Aprisionado ao grilhão carnal?

E que paradoxo! Se o Ser é ser
Enquanto a carne é tão somente estar;
Este, naquele habitar?

E sendo o Ser imortal, portanto infinito
Que se supõe também atemporal.
Conviver num ser finito
O corpo bruto, pútrido e mortal...


 (Francisco Ferreira)

***


Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com

quarta-feira, 11 de julho de 2012

II Concurso de Poesias Autores S/A (III Fase Classificatória)




Imagem: stoa.usp.br

Levemente

E quando enfim,
No amanhã do nada
Amanhecer átomos,
Apenas substancia em suspensão,
Poderei experimentar
Da leveza absoluta...

Desprendido da solidez
De milênios que me acorrentou
Errarei fluido
Sobre o que sobrou da terra
Em recombinações improváveis...

Se me restarem pesadelos
De cantos inconclusos,
Decerto que arderão em mim os desejos
De resplandecer em chamas
De paz e harmonia perfeita!

***

 Obs.: poema obedecendo ao tema "Fim do Mundo"

***

Link:

http://autoressa.blogspot.com


Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com

terça-feira, 10 de julho de 2012

II Concurso de Poesias Autores S/A (II Fase Classificatória)



Imagem: teladeilusoes.blogspot.com 

Mineralma

Crepita em mim a centelha divina
Substância mesma
De que se constituem os sonhos.
Abstração, porém aprisionada,
Esmagada sobre o peso
De matéria pouco nobre:
O barro do chão!
Convivem-me, a um só tempo,
A linhagem dos anjos
E a hereditariedade química
Das pedras.
Tenho o DNA de Deus,
Fluido halo de luz,
Na compacidade das rochas.
Daí por que professo
A religião do paradoxismo
A dualidade antagônica
Que caracteriza minha humanidade
E me condena a pagar o ônus
Da gravidade.

E, despojado da levitação
Própria das fagulhas
Pelo chumbo de que sou forjado
É que pratico a peculiar
Alquimia dos poetas...

***

Link do concurso:

 http://autoressa.blogspot.com 


Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com

segunda-feira, 9 de julho de 2012

II Concurso de Poesias Autores S/A (I Fase Classificatória)




Imagem: olhares.uol.com.br

Cotidiano

Um político passa em carro alegórico
a súcia aplaude. Uns poucos impetuosos
vaiam. Coisas da oposição!
O centroavante perde o gol e o grito
transformado em murmúrio, morre.
Alguns praguejam à vontade, de boca-suja.
São tempos de seca, vacas magras devoram
a ilusão gorda e rica.
Faráo decreta o racionamento, alegria fragmentada,
em torrões  é servida em migalhas.
Um burro rola na relva espaventando fantasmas
de arreios e  chibatas e esporas...
O automóvel para na esquina e a menina indecisa
tropeça no passeio. A malta gargalha
e ri com toda a boca e dentes...
Pairam os arranha-céus sobre calçadas e marquises
espionando pedestres minúsculos que olvidam o céu
nem para previsão do tempo.
A cidade se excita nervosa, geme em cada esquina
e praças. Estala, dilata, contrai. Será que arrebenta?
O besouro, embalde tenta desvirginar vidraças,
as flores se perdem no asfalto,  e mortas se despetalam...

É a vida que flui!

***

* Classificada entre os 90 poetas que avançaram para a II Fase Classificatória no II Concurso de Poesias Autores S/A - 2012 (entre 502 concorrentes).

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com



II Concurso de Poesias Autores S/A (Apresentação)


              

               O II Concurso de Poesias Autores S/A, do blog de mesmo nome, foi e está sendo um grande sucesso. Trata-se de um desafio entre poetas de todo o Brasil e alguns do exterior e a configuração desta edição é a seguinte:

                *  I Fase Classificatória:

Foram 502 inscritos (dentre estes muitos poetas de renome nacional, com várias obras publicadas e “Figurinhas Carimbadas” das listas de vencedores e classificados na maioria dos concursos literários em nível nacional e internacional, nos últimos anos). Depois de um árduo trabalho da Comissão Julgadora apurou-se os 90 nomes que avançariam para a II Fase;

                *  II Fase Classificatória:

Desses “Noventa Notáveis” apenas 1 desistiu de enviar o seu trabalho e dos 89 restantes (que a partir desta fase têm os seus poemas publicados no blog do concurso para os comentários e a avaliação também dos leitores). Após a consideração dos julgadores, foram definidos os 30 poetas que se classificaram para a III Fase;

                *  III Fase Classificatória:

Nos mesmos moldes da fase anterior, com apenas uma diferença: as notas obtidas nesta rodada já valeriam para o ranking da Fase Final; forma apontados os 12 nomes para o Desafio Semanal (em que durante as 7 semanas posteriores, obedecendo a temáticas e formas pré-definidas, disputarão as melhores notas dos jurados até se consagrar o(a) grande vencedor(a)).

Na I Fase Classificatória tema, forma e número de versos foram totalmente livres – além de não se exigir ineditismo -; na II Fase foram apresentados 9 temas diferentes para a livre escolha dos concorrentes, devendo-se observar o número máximo de 16 versos, com forma livre  e na III Fase, o tema foi “O Fim do Mundo”; com liberdade de forma e número de versos. Nas 2 últimas fases além da Fase Final, o ineditismo é condição fundamental!

Para a minha felicidade ultrapassei as 3 primeiras fases e sou um dos 12 concorrentes da Fase Final. Os poemas com que participei até agora foram:

*Cotidiano (I Fase);
*Mineralma (II Fase – O tema que escolhi foi: A Imortalidade da Alma);
*Levemente (II Fase).

O link para quem quiser conferir as primeiras fases e acompanhar o restante do certame é:


Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com

domingo, 8 de julho de 2012

As Mais Novas Conquistas Literárias (Concursos Big Time Editora)




Fui classificado para as antologias dos seguintes concursos:

* “Concurso de Contos Big Time Editora” (Vol. 2), com o conto “A Cidade das Rosas Artificiais”

 * “Concurso de Poesias Big Time Editora” (Vol.3) com a poesia “Conflito”.


Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com