Terra Virtual
Quando a Tapera escorreu
das frestas de meu bornal
e nada mais restou na última curva,
bananeiras tolas acenaram-me
e, sem saudades, vim-me embora.
Não foram adeuses
que as laranjeiras daquela época e quintais
não sabiam sentimentos.
Cumpriam seus papéis apenas
em oferendas sabotadas
por sanhaços, muito mais sabidos
do que as laranjas.
Hoje, que minha atiradeira
não reconhece torcais
e os mamoeiros aprenderam
o sabor de amar(elar), é tédio agora.
Meu picuá já tão cheio!
A terra mater despenca
de cachoeiras e paredes virtuais
em close, sobre meu peito seco
e um banzo de gemidos de porteiras
chama-me: volta, volta, volta...
Francisco Ferreira
francisco.ferreira68@yahoo.com.br
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