domingo, 31 de março de 2013

8º Lugar - II Concurso de Poemas Autores S/A - 6ª Rodada



Fonte: http://autoressa.blogspot.com.br/2012/07/poemas-da-6-etapa-poema-inspirado-em.html 

Das Infinitas Possibilidades de Voar 

Não é lá que estão
o meu coração
e as estrelas?

Então não me digam
do meu olhar ausente...

Se são meus olhos
de amor distante
que se querem presentes
onde ela está!


Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br

quinta-feira, 28 de março de 2013

Classificada no Concurso Poesia, Lâmpada para o Coração



Fonte da Imagem: assuntostoday.blogspot..

Fantasma

N afolha torturada
Letras calcinadas
Vento varreu!
Nem o PO É MAis visível...

No origami abstrato
O cadáver de um poema
Kafikiano, transformado!
Letras surreais...

Na folha em branco
O poeta padece
Emudece.

Folh’alma abatida
Poesia insepulta
Assombra...

* Classificada para a antologia do Concurso Poesia, Lâmpada para o Coração da Litteris Editora – Rio de Janeiro (RJ) – em 2/1/2013

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br






quarta-feira, 27 de março de 2013

Considerações de Lohan Lage Pignone, organizador do II Concurso de Poesias Autores S/A.



Fonte da Imagem: www.blogger.com

FRANCISCO FERREIRA (JOÃO SARAMICA)



"Francisco Ferreira, o poeta que veio com tudo e esteve prosa! Incansável, Francisco, ou melhor, João Saramica Turrinha de Longe (as várias facetas poéticas desse mineiro) alcançou a oitava colocação no I Concurso de Poesia Autores S/A; neste ano, alcançou a segunda colocação no Concurso de Poesia Língua’fiada (uma competição de formato semelhante à do Autores) e agora, firme e forte, disputa a segunda edição desse concurso. Por vezes demonstrou sinais de cansaço, também pudera; talvez isso o tenha atrapalhado nessa maratona poética. Por tudo isso e muito mais, Francisco Ferreira desponta como um dos grandes poetas desse país".  

http://autoressa.blogspot.com.br/2012/08/resultados-finais-anuncio-do-grande_16.html

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br

terça-feira, 26 de março de 2013

8º Lugar - II Concurso de Poesias Autores S/A - Homenagem a Nélson Rodrigues



Fonte da Imagem: staywilde.blogspot.com 

La Belle de Jour

O Momento

As tardes quentes
de temperamento sanguíneo,
em especial, as mais azuis,
são veículos próprios para traição.

A Dama

Sem Camélias ou pejos
que lhe denunciem os rastros
dá-se ao dar-se vazio de remorsos.

O Outro

O espírito empalado
último espólio de batalhas perdidas
deixa-o como alimento
para os lobos
que lhes espreitam fraquezas.

Está morto!

*Poema com tema definido: baseado no conto A DAMA DO LOTAÇÃO de NELSON RODRIGUES.

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br

segunda-feira, 25 de março de 2013

8º Lugar - II Concurso de Poesias Autores S/A - Poema de Uma das Rodadas



Fonte da Imagem: josekuller.wordpress.com

Reacionários de Todo o Mundo, Uni-vos!

A história oficial é escrita
em alto relevo de hematomas
e vermelho/espesso/sangue.

A primavera que insinuou
desabar como praga
sobre o socialismo reacionário;
o tacão da bota stalinista refreou
espalhando os cinzas dum inverno precoce.

Sessenta e oito
nascido sob o signo do arco-íris
com ascendente em liberdade
interrompeu-se, sem jamais se acabar,
havendo AInda 5 formas de mordaça.

A imaginação no poder
é estancada, no poder da intervenção,
Rodas Vivas travadas,
e se decreta: _ É permitido proibir!

Ainda hoje “I have a dream”
atua como pano de fundo
para rajadas de balas,
duma utopia interrompida.

***

O fato mais marcante da minha infância é algo tão simples quanto sublime: por ocasião da visita de um Juiz de Direito a fazenda de um tio (haviam sido seminaristas e apesar de abandonarem a “vocação” permaneceram amigos), meu avô (de quem eu era uma verdadeira sombra) prometeu levar-me, desde que eu me comportasse. E, se bem ele me adestrou, melhor eu agi. Na despedida do dito meritíssimo, este elogiou-nos (ao meu avô e a mim) e aquilo para o velho Chico Machado foi como um tesouro, que ele guardou até o fim da vida. Eu tinha por volta de 5 anos.
Eu não faria isto com os meus filhos ou netos, por acreditar que a alegria barulhenta das crianças daquela idade não reconhece e nem está sujeita a autoridade de Senhor Ninguém, mas proporcionar tamanha alegria a uma das pessoas mais importantes e queridas de minha vida, realmente (como diz a propaganda): “não tem preço”.

* Poema obedecendo ao tema: "Construir um poema baseados em fatos do ano de seu nascimento e contar uma passagem marcante da sua infância."
Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@hotmail.com



domingo, 24 de março de 2013

8º Lugar no II Concurso de Poesias Autores S/A - 2012



Apelo à Morte

Sob a Égide da Cruz
Zeus destronado já não mais pode
Provocar os vômitos de Cronos,
E o nosso destino é ser lentamente devorados!
...esperança não há!

Quisera a sorte de Diomedes
e ser estraçalhado nos dentes
Das putas devoradoras de homens,
Mas só me resta a lápide,
O cortejo e a perene condenação!
...salvação não há!

De águas estancadas, Lete não banha
E para as sujas sombras dos mortos
Somente o repaginado reino de Hades
Num inferno de fogo.
...esquecimento não há!

As algemadas Moiras não me tecem sequer um fio
E nos meus bolsos pobres
Não tilintam moedas para o barqueiro,
Reinam absolutos Momo e Oizus
E nosso único quinhão possível é zombaria e miséria...
...vida não há!

* Poema de uma das fases do II Concurso Autores S/A, cujo tema era Mitologia. Eu sou fascinado pela mitologia grega.

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br


sábado, 23 de março de 2013

8º Lugar no II Concurso de Poesias Autores S/A


Fonte da Imagem: areadeescape.wordpress...


Adorável Vagabundo

E disse Deus:
“Faça-se a Luz”
Câmeras, ação!
Depressão.

Mudo mundo, vasto
Imundo.
Vai, gauche, ser gênio
E vagabundo.

A hera anti-semita
Que concentra em celas
Corrompe a tela.

Desconstrói a imagem
Do inarrável temor
Pinça o humor
O Grande Ditador.
“Heil, Chaplin. Sua bênção!”


* Poema de uma das etapas do II Concurso de Poesias Autores S/A.

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br

quarta-feira, 20 de março de 2013

Do Álbum de Família





Do Álbum de Família

Os olhos do meu avô
Tão profundos quanto a ânsia
De enriquecer.

No sorriso da minha vó
Um ricto de dor
Advindo dos mil cintos e nós
Impostos pela Tradicional Família Mineira.

Nas caras sonsas de minhas tias
A empáfia pífia das virgens
Na sonegação
Da sacrossanta vocação das putas
Plenas da insípida sina
Das meninas de família.

A um canto, o negrinho Louro,
Meu tio emprestado
Colore com seu riso branco
O retângulo bolorento
Que me resgata a ancestralidade.

Um foco instantâneo de fastio e asco! 

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br

domingo, 3 de março de 2013

Centenário da Vó Dina (3/12/1912 - 3/12/2012)




“Viver e não ter a vergonha de ser feliz”. Esta frase do Gonzaguinha conceitua bem a minha Vó Dina. Poucos viveram quanto ela e ninguém, pelo menos dos que tive oportunidade de conhecer, viveu com tanta intensidade, muito menos com tanta felicidade.
É quase impossível de se imaginar o que é completar 100 anos. Essa é uma dádiva para poucos, afinal o próprio Cristo, foi quem disse: “muitos são os chamados e poucos os escolhidos.” E você, hem vó, é uma das escolhidas.
Como o Senhor foi generoso com você, mas muito mais generoso ainda conosco, que pudemos compartilhar esta dádiva. Pois, muito mais que matriarca, você é exemplo. É um modelo que quiçá cada um de nós, seus descendentes pudesse copiar. Mas, assim como a longevidade, o seu exemplo de amor, alegria, lucidez, bondade é para poucos.
Ao homenageá-la pelo seu 100° aniversário, na verdade, estamos homenageando a vida, pois você vó, e sua existência toda, são um canto de louvor a vida. E ela, a vida, sabe ser generosa com aqueles que a amam e a valorizam, que justificam o existir.
Há cinco anos eu então com 39, esta jovem senhora com 95; fui visitá-la, quando ela regressava de uma cirurgia. Num dado momento da conversa como uma criança maravilhada diante de um brinquedo novo, a vó me disse:  “Graças a Deus, eu só tenho retorno daqui a 5 anos!”
Essa foi a maior lição que alguém pode me dar. Eu, um velho homem, cansado, desiludido e desesperançado, pensei: “Ai está uma pessoa para quem a vida deve conceder muitos dos seus anos”. A noticia ruim né vó, é que a senhora teve que retornar ao médico.”
Eu creio que depois deste relato, não é preciso dizer mais nada sobre alguém que ama a vida e faz dela um exercício constante de louvor!
Parabéns Vó pelo seu centenário. Nós e a vida lhe agradecemos.
Assim como agradecemos ao Reverendíssimo Padre Frei Júlio César Borges do Amaral, que esteve presente em três dos grandes momentos de nossa família: as Bodas de Ouro da Vó com o saudoso Vô Chico, o aniversário de 90 anos da Vó e agora no seu centenário.
Ao coral nas pessoas do Sr. Zezinho, Sr. Luiz e Sras. Aparecida e Auxiliadora.
E a todos vocês que irmanados conosco louvam ao Senhor pela dádiva de conviver com Geralda Madureira da Silva, a D. Dina. Obrigado!

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br

Minha Paixão...




Terra Virtual

Quando a Tapera escorreu
das frestas de meu bornal
e nada mais restou na última curva,
bananeiras tolas acenaram-me
e, sem saudades, vim-me embora.

Não foram adeuses
que as laranjeiras daquela época e quintais
não sabiam sentimentos.
Cumpriam seus papéis apenas
em oferendas sabotadas
por sanhaços, muito mais sabidos
do que as laranjas.

Hoje, que minha atiradeira
não reconhece torcais
e os mamoeiros aprenderam
o sabor de amar(elar), é tédio agora.
Meu picuá já tão cheio!

A terra mater despenca
de cachoeiras e paredes virtuais
em close, sobre meu peito seco
e um banzo de gemidos de porteiras
chama-me: volta, volta, volta...

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br