“Viver
e não ter a vergonha de ser feliz”. Esta frase do Gonzaguinha conceitua bem a
minha Vó Dina. Poucos viveram quanto ela e ninguém, pelo menos dos que tive
oportunidade de conhecer, viveu com tanta intensidade, muito menos com tanta
felicidade.
É
quase impossível de se imaginar o que é completar 100 anos. Essa é uma dádiva
para poucos, afinal o próprio Cristo, foi quem disse: “muitos são os chamados e
poucos os escolhidos.” E você, hem vó, é uma das escolhidas.
Como
o Senhor foi generoso com você, mas muito mais generoso ainda conosco, que
pudemos compartilhar esta dádiva. Pois, muito mais que matriarca, você é
exemplo. É um modelo que quiçá cada um de nós, seus descendentes pudesse
copiar. Mas, assim como a longevidade, o seu exemplo de amor, alegria, lucidez,
bondade é para poucos.
Ao
homenageá-la pelo seu 100° aniversário, na verdade, estamos homenageando a
vida, pois você vó, e sua existência toda, são um canto de louvor a vida. E ela,
a vida, sabe ser generosa com aqueles que a amam e a valorizam, que justificam
o existir.
Há
cinco anos eu então com 39, esta jovem senhora com 95; fui visitá-la, quando
ela regressava de uma cirurgia. Num dado momento da conversa como uma criança
maravilhada diante de um brinquedo novo, a vó me disse: “Graças a Deus, eu só
tenho retorno daqui a 5 anos!”
Essa
foi a maior lição que alguém pode me dar. Eu, um velho homem, cansado,
desiludido e desesperançado, pensei: “Ai está uma pessoa para quem a vida deve
conceder muitos dos seus anos”. A noticia ruim né vó, é que a senhora teve que
retornar ao médico.”
Eu
creio que depois deste relato, não é preciso dizer mais nada sobre alguém que
ama a vida e faz dela um exercício constante de louvor!
Parabéns
Vó pelo seu centenário. Nós e a vida lhe agradecemos.
Assim
como agradecemos ao Reverendíssimo Padre Frei Júlio César Borges do Amaral, que
esteve presente em três dos grandes momentos de nossa família: as Bodas de Ouro
da Vó com o saudoso Vô Chico, o aniversário de 90 anos da Vó e agora no seu
centenário.
Ao
coral nas pessoas do Sr. Zezinho, Sr. Luiz e Sras. Aparecida e Auxiliadora.
E
a todos vocês que irmanados conosco louvam ao Senhor pela dádiva de conviver
com Geralda Madureira da Silva, a D. Dina. Obrigado!
Francisco Ferreira
francisco.ferreira68@yahoo.com.br