quarta-feira, 20 de março de 2013

Do Álbum de Família





Do Álbum de Família

Os olhos do meu avô
Tão profundos quanto a ânsia
De enriquecer.

No sorriso da minha vó
Um ricto de dor
Advindo dos mil cintos e nós
Impostos pela Tradicional Família Mineira.

Nas caras sonsas de minhas tias
A empáfia pífia das virgens
Na sonegação
Da sacrossanta vocação das putas
Plenas da insípida sina
Das meninas de família.

A um canto, o negrinho Louro,
Meu tio emprestado
Colore com seu riso branco
O retângulo bolorento
Que me resgata a ancestralidade.

Um foco instantâneo de fastio e asco! 

Francisco Ferreira

francisco.ferreira68@yahoo.com.br

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