Conceição do Mato Dentro (MG)
Imagem: diocesedeguanhaes.com.br
Cosmopolita
Fui deitar-me e havia varandas,
alpendre e trinca-ferros trilando;
havia jardins? Havia...
e flores, à namorada, roubadas.
Havia frutas nos quintais? Havia...
pomares invadidos e risos
de crianças desembestadas, de bocas sujas, a correr
havia estripulias...
Acordei num turbilhão de gentes correndo,
sempre correndo, sem rumos
como quem vai a algum lugar e alhures! Apressados...
A cidade, velha dama provinciana, adoecida
inchando a olhos nus
malta de pedreiros, engenheiros, serventes e pedintes
e de hieróglifos indecifráveis nas fachadas,
ensaios de uma língua natimorta!
Muros, cercas e alarmes trancam sorrisos,
bom- dias e “olha o leite”
encarcerando em prisão-perpétua
padeiros, verdureiro, leiteiro
extintos, na mesma condenação
de outras dignas profissões abandonadas.
Não compreendo estas janelas
de comportamento inadequado:
sempre fechadas, na escassez de sorrisos...
Para quem quiser curitr a publicação é só clicar no link que se segue:
Francisco Ferreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário