Covardia
Queria ter a vocação para a galhofa
e tornar-me poeta satírico, trocista
mas coragem me falta.
Bebo o mundo da superfície,
embora acalente a latente utopia
de profundos mergulhos,
mas sou covarde.
Não cultivei em meu espírito
a bravura do tigre, antes finjo de morto
contraído em inseto, fixo, uma planta carnívora
contentando com eventuais moscas incautas
destarte cobice um banquete de javalis;
mas me falta coragem.
Se não me perguntam, também nada digo
e assim, não me contagio.
Não sei se lhes disse, mas sou covarde.
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Francisco Ferreira
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