sábado, 18 de fevereiro de 2012

Projeto Um Poema em Cada Árvore XIV Edição (Texto)

Bio Grafia

No meu nascimento não nasci,
sequer houve concepção,
minha mãe colheu-me num monturo; pedregulho!
Talvez meu pai, não sei, na passagem de um regato
viu-me imóvel entre lambaris: um seixo!
Desde criança minhas pedras coleciono
e com meus olhos chorosos sempre as produzi;
lágrimas cristalizadas!
(Velha pedra se desgastando de rolar.)

Nas mãos de um deus menino
a atiradeira do destino pronta a ser arremessada!
(Sem preciosidades, enfeites para dedos plebeus.)

Ainda minhas pedras, tais as penas, coleciono
embora pouco criança eu seja.
Pedras, penas e poemas que rolam
arranham  e  deixam lascas...

Insignificante,
pedra apenas....

Francisco Ferreira



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